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terça-feira, julho 26, 2011

O diabo veste saia


Pesquisas dizem que "sim"e o dia a dia das empresas demonstra que a vida pode ficar bem complicada se a sua chefe for outra mulher


Virar chefe e ganhar mais poder na empresa costuma ser um alvo de carreira de boa parte das mulheres, porque, apesar de todo o avanço feminino no mercado de trabalho, as diretorias e as vice-presidências ainda são redutos masculinos. Mas parece que, a exposição e o sucesso que almejam para si, elas não desejam a suas colegas. É o que indica uma pesquisa realizada pelo site OnePoll, do Reino Unido.
Segundo o estudo online, baseado na opinião de 2 000 mulheres, 63% delas preferem ter chefe homem como superior imediato, porque acreditam que eles são melhores administradores e estão menos sujeitos a mudanças de humor. As profissionais do sexo feminino disseram também que eles costumam ser mais diretos, delegam tarefas e elogiam trabalhos com mais facilidade.
Para complicar esse quadro, outro estudo, dessa vez feito pelo Workplace Bullying Institute, entidade americana que se dedica ao assédio moral nos Estados Unidos, revela que, quando chegam ao topo, as mulheres não costumam ser boas chefes para profissionais do mesmo sexo. Em 70% dos casos, a chefe briga e sabota mais suas funcionárias do que os homens da equipe.
Diz o senso comum dos escritórios que a relação entre mulheres tem mesmo potencial explosivo quando se estabelece subordinação entre elas. Competência à parte, as subordinadas se decepcionam porque esperam que sua superior seja sempre mais legal que um chefe homem. Quando isso não acontece, elas se revoltam.
“Você gosta de ser chefiada por uma mulher?” A pergunta feita a A.M.*, analista de sistemas de uma grande empresa de comunicação, rendeu longos segundos de silêncio. “Acho mais difícil, você sempre espera uma cumplicidade maior. Minha chefe não está nem aí se estou com cólicas ou se meu filho ficou doente”, desabafa. Já C.H.V.*, secretária de uma agência de turismo, vive em conflito com a chefe pelo fato de ela não se importar se existe um bom ambiente à sua volta.
“Ela já viu dois funcionários brigando e não fez nada. Acha que a competição melhora a produtividade. Mas o clima de trabalho fica péssimo”, diz. Não é fácil ser chefe, independentemente do sexo: há pressões por todos os lados. É ingenuidade acreditar que, por ser mulher, a chefe deveria afrouxar as rédeas e virar amiga das mulheres que comanda. Ou seja, não dá muito para esperar dela essa extrema cumplicidade.
“Nesse ponto, ela pode até ser pior do que o homem. Se ela também sente cólicas e aguenta o tranco, por que a subordinada não vai aguentar?”, questiona Neli Barboza, diretora de consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, de São Paulo. M.A.*, gerente de uma fábrica de tecidos, diz que a convivência com a diretora de sua empresa não é fácil.
“O nível de cobrança dela é muito alto. Sinto que não posso errar nunca. Jamais me senti assim tão insegura com chefes do sexo masculino”, diz. Mas os consultores alertam que nem tudo é exatamente o que parece. Muitas vezes, os chefes homens são mais benevolentes por terem menos expectativas em relação à competência das mulheres. Mulheres chefes, em geral, tendem a ser mais isentas e coordenam mais friamente, lidando melhor com as regras.
Ainda há outro elemento que deve ser levado em consideração: a rivalidade pessoal entre as mulheres. Aspectos diversos e até completamente alheios à performance profissional, às vezes, interferem diretamente na relação. Características físicas, condições econômicas, maternidade e casamento podem facilmente levar a chefe a lidar com a chefiada com raiva, ciúme e inveja.
Aí, sim, nesse caso “esperar mais delas do que deles” pode ter seu lado perverso e não tão nobre quanto seria esperado. É desanimador pensar que as próprias mulheres podem ser uma pedra no caminho para a escalada feminina nas empresas. No Brasil, felizmente, a situação parece ser um pouco diferente do que acontece lá fora. Sofia Esteves, presidente do Grupo DMRH, conta que as chefes estão sendo mais valorizadas justamente porque têm um olhar para o outro mais desenvolvido, são mais colaborativas e tendem a unir mais a equipe.
“É um comportamento inerente a elas, porque são assim com os filhos, com a família. Hoje, não vejo no mercado tanto preconceito em relação às mulheres, as corporações estão em busca dos mais competentes independentemente do sexo. Mas, com certeza, somos valorizadas pela liderança mais sensível e agregadora”, diz. A ascensão profissional feminina é recente.
Mesmo entre as 150 melhores empresas para trabalhar do país, segundo anuário publicado pela VOCÊ S/A em setembro deste ano, elas representam 23% das gerentes e só 12% das diretoras. Por isso mesmo, a tendência é que as chefes mulheres sejam mais cobradas do que os homens — e ainda estejam aprendendo a lidar com isso. “É importante que a gente se coloque no lugar da chefe e tente entender o que ela está passando.Uma conversa franca quase sempre resolve boa parte dos conflitos”, aconselha Neli Barboza.

Que chefe é você?
Há vários estilos de liderança. acessando bit.ly/testetipodechefe, você faz um teste completo para identificar o seu
Estilo de foco na missão Você se preocupa em atingir as metas, trabalha para isso e mostra-se prática. A satisfação do cliente é sua prioridade e seus esforços e os de sua equipe estão direcionados para a antecipação dos fatos. Sua preocupação com o todo muitas vezes a impede de rever o desempenho de sua equipe, podendo transmitir uma imagem de individualismo.
Estilo de foco no processo 
Você é boa ouvinte, procura promover um clima informal de trabalho e é vista como uma líder positiva e voltada para os sentimentos das pessoas. Contudo, em algumas situações, por excesso de diplomacia, você evita o confronto com os membros de sua equipe, podendo, assim, criar ou encobrir conflitos. É comunicativa e sabe transmitir suas ideias.
Estilo de foco na tarefa Caracteriza a líder que se preocupa com a organização e com os detalhes das questões, transmitindo a imagem de uma profissional responsável e dedicada. A qualidade é sua prioridade; no entanto, direciona o foco somente ao produto, encontrando dificuldades para planejar melhorias segundo as necessidades do cliente e, assim, avançar no mercado à frente da concorrência.

Publicado em : http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/carreira-lideranca-diabo-veste-saia-630114.shtml

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